5.2.17

Lula, d. Marisa e o papel do líder partidário diante da morte



É espantoso ouvir as pessoas criticando Lula porque ele está "usando" a morte de sua mulher para fins políticos - ele está sendo até moderado nos ataques à oposição, sem citar, inclusive, a Lava-Jato, a República de Curitiba, ou qualquer outro de seus perseguidores diretamente.

Digo isso porque muitos dos que criticam Lula nesse momento se esquecem de um detalhe óbvio: ele é líder do PT. Mais ainda, é O LÍDER MÁXIMO de um partido que está levando bordoadas há muito tempo, da mídia e dos seus opositores, e cujos integrantes se julgam injustiçados porque seus defeitos são ressaltados, e os de seus detratores, esquecidos.

É a velha retórica: "bate em Chico, tem que bater em Francisco". Sem exceção.

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Se Lula fosse comedido, ponderado, ao discursar para uma militância que o julga um injustiçado, seria leviano. Daria um tapa na cara daqueles que foram lá para defendê-lo, e que acreditam piamente que Sérgio Moro é um instrumento da classe média para a sua vingança contra o líder petista.

Uma análise equivocada, por motivos que não vem ao caso. Mas, ainda assim, encampada pela esquerda como o único motivo para se atacar aquele que chamam pejorativamente de "nove dedos".

Fosse um "lord", Lula trairia os seus. Ficaria sozinho, diante do mundo que o ameaça.

Sendo assim, é melhor ser guerreiro, liderar o exército. Lutar, pela sua honra e de sua esposa.

Torná-la uma mártir - que ela não é, nem quis ser

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Marisa queria ficar longe da política, que o marido descansasse. 

Dá a entender que desejava aproveitar a "boa vida" depois de ter passado décadas cuidando da família - enquanto Lula cuidava do Partido e dos seus "interesses pessoais".

Queria um pouco de paz, no sítio de Atibaia. E, aparentemente, estava conseguindo isso.

Não se culpe a mulher de Lula por querer tudo do bom, nem com os "bons amigos"  do marido. Culpe-se, isso sim, a criminalização do que não é crime; a punição para o que não é delito.

Ou, mais ainda, o condenar alguém por querer "tudo do melhor" para a própria casa.

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Quem sabe um ainda seremos racionais ao tratarmos de nossos líderes.

Quem sabe, um dia.

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