29.1.11

Reflexões rápidas sobre …

 

“Estou ficando velho, ou menos jovem?

Porque envelhecer

não é perder o viço da mocidade;

também é tomar posse do seu próprio eu.

e como podemos ensinar ao outro

o que é ser jovem

se nem sabemos o que é juventude?”

 

fps, 23/07/09, 10:50

28.1.11

Poesia: “Menina-moça”

Menina,

és moça formosa,

de jeito, tranquilo;

de gênio, dengosa;

descrevo-te em pena,

em verso ou em prosa,

és tu bela rosa

que abre-se em flor.

Menina,

tú és bela dama,

que a todos encanta,

que a muitos fascina,

que me ilumina,

és rosa em semente,

do sol o nascente,

que vive, que sente,

em seu esplendor.

Menina,

tu és bela moça,

futuro que espera,

espera a hora,

o tempo, o agora,

espera o momento,

presente, passado,

espera um achado,

um grande amado,

glorioso desejo,

um grande futuro,

atrás desse muro

que é o crescer.

 

 

 

Atrás desse muro chamado crescer

está a grande magia que é viver.

Você vai transpô-lo,

e aí, minha cara menina,

já não serás mais a menina-moça

que eu conheci.

 

 

Serás a grande mulher

que um dia em você eu vi.

 

 

fps, 31/01/1997

26.1.11

Poesia

Loucura e matança

 

Muitos matam todos os dias, à procura de dinheiro.

Muitos matam todos os dias, por falta de esperança.

Muitos matam todos os dias, por briguinhas pessoais.

Muitos até mesmo se matam, por não suportar a si mesmos.

E como matam! E muito matam!

Os hospícios estão cheios (e vão lotar ainda mais),

mas outros loucos estão à solta.

Loucos que não babam,

não gritam,

não andam nus pelas ruas,

nem mesmo falam sozinhos

ou agem de maneira estranha.

Mesmo assim, loucos estão,

e, infelizmente,

ninguém vê.

 

 

Depois ainda acham que o louco sou eu.

 

FPS, 06/12/1995

15.1.11

Poesia

61nanquim

nanquim

linda,

já te disse tantas vezes

que te amo

que esqueci de contar quantas vezes

disse

que te amo

do tamanho do mundo

e mais um pouco

que não poderia contar ao mundo

que te amo

sem rever nos meus pensamentos

esse mundo de sonhos

que me leva a dizer sempre

cada vez mais e mais

que te amo

e te amo

e te amo

e te amo.

 

lindos desejos e sonhos,

registrados num passado gostoso,

num desenho gravado em nanquim.

 

fps, 01/10/2010

11.1.11

Para pensar

A juventude envelhece,
a maturidade é superada,
a ignorância pode ser educada,
a embriaguez passa.

Porem a estupidez é eterna.


Autor desconhecido

6.1.11

Machos em crise? Ou a crise é de todos e todas, sem exceção?

Sempre que passa pela cabeça desse autor falar da velha e boa discussão sobre homens e mulheres, vem a mente que os sexos opostos não sabem de fato o que querem um do outro – e textos como esse, de Eliane Brum, são o exemplo vivo de que não sabemos mesmo o que queremos dos nossos “oponentes”.
 
E, em certas horas, confesso sentir-me ofendido, não como "macho" que nunca quis ser, mas como o homem que sou -  até porque a tal "crise do macho" tem sido encarada pela grande maioria dos homens como se ela simplesmente não existisse, mesmo com todas as mudanças pelas quais a sociedade passou (e ainda passa).
 
Mais do que nunca porque a grande maioria das mulheres confessa não querer o macho convencional, que cada vez é mais raro, mas também não sabe de fato que tipo de verdadeiro homem quer para si.
 
E esse é um fato natural, até porque cada fase da vida de uma mulher requer um tipo de homem, e porque cada uma delas é especial, com necessidades específicas e desejos que não são, necessariamente, os de ser alguém "dominante" na sociedade.
 
 
O que é, contudo, o “ser dominante”?
 
Até porque, convenhamos, ser dominante implica em responsabilidade pelos outros, tomada de decisões, e consciência de que ser "o alfa" significa comandar um grupo e zelar pelo seu bem-estar.
 
E mandar, diga-se de passagem, não é fácil.
 
Quem manda é quem assina o cheque e traz o dinheiro para casa; quem comanda a casa sabe ser duro quando é necessário; e nem sempre ser o "alfa" significa ser doce.
 
Aliás quase nunca se é doce em posição de comando: Margaret Thatcher (a Dama de Ferro), Golda Meir (duas guerras ganhas como primeira-minstra de Israel), e, porque não, Dilma Roussef que o digam - todas elas duronas, firmes, decididas e capacitadas para o comando.
 
E bem sucedidas, até porque ser o “alfa” significa assumir o controle, muitas vezes pela força, o que muita gente não gosta.
 
Ser o comandante das atitudes e ações em uma casa não significa necessariamente ter vantagem nisso: muitos e muitas experimentam a solidão típica dos que estão em posição de comando, e tem os sofrimentos típicos do ser "alfa". A única diferença é que aos homens nessa posição é dado o direito de ter uma mulher, ao seu lado, como companheira fiel.
 
Função para a qual muitos homens não são preparados, e que muitas mulheres não aceitam no marido ou companheiro que está ao seu lado, num paradoxo da sociedade pós-feminista: a mesma mulher que deseja um homem diferente não o aceita quando mais precisa dele.
 
...
 
O que me espanta mais nesse texto, contudo, é o que li quando se fala sobre a periferia das cidades, e dos homens que se embebedam nas ruas dia-a-dia como efeito dessa revolução feminina - e por um motivo muito simples: todo mundo sabe que os homens e mulheres de bem não estão nas ruas bebendo durante a semana.
 
Não é típico do brasileiro, a não ser no horário do almoço ou de descanso, embebedar-se demais, a não ser que seja um vagabundo; e vagabundos não são a maioria dos homens.
 
Muito pelo contrário: o homem de verdade, aquele que trabalha de sol a sol para sustentar sua família e chega cansado à própria casa, esse não é visto pela autora, que prefere falar das mulheres batalhadoras que enfrentam seu terceiro tempo, esquecendo-se de que os serviços domésticos são mal-distribuídos desde muito tempo, motivo pelo qual ela vê o homem cada vez mais como "sem função" dentro da casa.
 
Qual seria, então, a realidade ideal desse homem?
 
A realidade das famílias sem pai, em que a mãe assume a função paterna e se enrijece com o passar dos anos, e na qual o ex é visto como "aquele sem nome", que não é digno nem de estar perto dos filhos, e que provavelmente vai se casar de novo, com uma mulher muito mais nova, e esquecer-se da família original?
 
O que prefere, de fato, a autora desse texto?
 
Um mundo mais sensível, ou sem regra alguma?
 
...
 
Penso eu que, num contexto qualquer, masculino e feminino sempre existirão: mesmo entre casais homossexuais percebe-se que um dos lados assume o papel masculino, e o outro se coloca na posição do feminino, com as virtudes e defeitos que cada um deles possui.
 
Yin e yang, são complementares, não excludentes; qualquer forma de pensar que não seja desse jeito deveria ser combatida, até porque não havia nenhuma vantagem em ser o "macho-alfa" numa sociedade em que ele, de fato, nada sabia sobre sua casa, ou sobre quem nela frequentava.
 
E se "a cabeça (homem) só vê o que o pescoço (mulher) mostra", então ser alfa, nesse caso, não serve para coisa alguma.

A não ser, é claro, mostrar “que também pode”.

3.1.11

Poesia

 

Cárcel

 

Bella,

? cuales son las luces

qué encendes en mi?

 

? Qué luces son esas ?

 

? Qué sueño es ese,

que me hace vivir?

 

? Qué hiciste, mi bella,

que haces,

mientras mi corazón sueña,

intentando orientar-se

en la vida que vivo ... ?

 

Haga

que mi sufrimiento tenga un fin,

es sólo eso lo que pido,

oh, bella de mis sueños ...

 

Tu

es la belleza,

la belleza de mis sueños,

suertes, equívocos, todo;

es la bella,

la belleza de mi vida,

de la vida

qué un dia he vivido,

y, después, simplemente perdí.

 

Oh, bella,

belleza

de hoy, ayer y siempre,

dáme tu sonrisa;

dáme solo un mirar,

simple como la vida,

y me quedaré bien ...

 

Porque,

más que nunca,

hoy soy un prisionero.

 

Prisionero de mi.

 

Prisionero de ti.

 

fps, sem data